quarta-feira, 20 de julho de 2011

Despedida do TREMA

Estou indo embora. Não há mais lugar para mim. Eu sou o trema. Você pode nunca ter reparado em mim, mas eu estava sempre ali, na Anhangüera, nos aqüíferos, nas lingüiças e seus trocadilhos por mais de quatrocentos e cinqüentas anos.
Mas os tempos mudaram. Inventaram uma tal de reforma ortográfica e eu simplesmente tô fora. Fui expulso pra sempre do dicionário. Seus ingratos! Isso é uma delinqüência de lingüistas grandiloqüentes!...
O resto dos pontos e o alfabeto não me deram o menor apoio... A letra U se disse aliviada porque vou finalmente sair de cima dela. O dois pontos disse que sou um preguiçoso que trabalha deitado enquanto ele fica em pé.
Até o cedilha foi a favor da minha expulsão, aquele Ç cagão que fica se passando por S e nunca tem coragem de iniciar uma palavra. E também tem aquele obeso do O e o anoréxico do I. Desesperado, tentei chamar o ponto final pra trabalharmos juntos, fazendo um bico de reticências, mas ele negou, sempre encerrando logo todas as discussões. Será que se deixar um topete moicano posso me passar por aspas?... A verdade é que estou fora de moda. Quem está na moda são os estrangeiros, é o K e o W, "Kkk" pra cá, "www" pra lá.
Até o jogo da velha, que ninguém nunca ligou, virou celebridade nesse tal de Twitter, que aliás, deveria se chamar TÜITER. Chega de argüição, mas estejam certos, seus moderninhos: haverá conseqüências! Chega de piadinhas dizendo que estou "tremendo de medo". Tudo bem, vou-me embora da língua portuguesa. Foi bom enquanto durou. Vou para o alemão, lá eles adoram os tremas. E um dia vocês sentirão saudades. E não vão agüentar!...
Nós nos veremos nos livros antigos. Saio da língua para entrar na história.

Adeus,
Trema

domingo, 5 de junho de 2011

NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

O novo acordo ortográfico da lingua portuguesa, aprovado no Brasil pelo Decreto Legislativo n. 54, de 18 de abril de 1995 e, em vigor desde primeiro de janeiro de 2009, introduziu algumas alterações na ortografia de nossa lingua.
Eis um resumo das alterações:

Alfabeto
• Nova Regra: O alfabeto agora é formado por 26 letras
• Regra Antiga: O ‘k’, ‘w’ e ‘y’ não eram consideradas letras do nosso alfabeto.
• Como Será: Essas letras serão usadas em siglas, símbolos, nomes próprios, palavras estrangeiras e seus derivados. Exemplos: km, watt, Byron, byroniano
Trema
• Nova Regra: Não existe mais o trema em língua portuguesa. Apenas em casos de nomes próprios e seus derivados, por exemplo: Müller, mülleriano
• Regra Antiga: agüentar, conseqüência, cinqüenta, qüinqüênio, frqüência, freqüente, eloqüência, eloqüente, argüição, delinqüir, pingüim, tranqüilo, lingüiça
• Como Será: aguentar, consequência, cinquenta, quinquênio, frequência, frequente, eloquência, eloquente, arguição, delinquir, pinguim, tranquilo, linguiça.
Acentuação
• Nova Regra: Ditongos abertos (ei, oi) não são mais acentuados em palavras paroxítonas
• Regra Antiga: assembléia, platéia, idéia, colméia, boléia, panacéia, Coréia, hebréia, bóia, paranóia, jibóia, apóio, heróico, paranóico
• Como Será: assembleia, plateia, ideia, colmeia, boleia, panaceia, Coreia, hebreia, boia, paranoia, jiboia, apoio, heroico, paranoico
Observações:
• nos ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas o acento continua: herói, constrói, dói, anéis, papéis.
• o acento no ditongo aberto ‘eu’ continua: chapéu, véu, céu, ilhéu.
• Nova Regra: O hiato ‘oo’ não é mais acentuado
• Regra Antiga: enjôo, vôo, corôo, perdôo, côo, môo, abençôo, povôo
• Como Será: enjoo, voo, coroo, perdoo, coo, moo, abençoo, povoo
• Nova Regra: O hiato ‘ee’ não é mais acentuado
• Regra Antiga: crêem, dêem, lêem, vêem, descrêem, relêem, revêem
• Como Será: creem, deem, leem, veem, descreem, releem, reveem
• Nova Regra: Não existe mais o acento diferencial em palavras homógrafas
• Regra Antiga: pára (verbo), péla (substantivo e verbo), pêlo (substantivo), pêra (substantivo), péra (substantivo), pólo (substantivo)
• Como Será: para (verbo), pela (substantivo e verbo), pelo (substantivo), pera (substantivo), pera (substantivo), polo (substantivo)
Observação:
• o acento diferencial ainda permanece no verbo ‘poder’ (3ª pessoa do Pretérito Perfeito do Indicativo – ‘pôde’) e no verbo ‘pôr’ para diferenciar da preposição ‘por’
• Nova Regra: Não se acentua mais a letra ‘u’ nas formas verbais rizotônicas, quando precedido de ‘g’ ou ‘q’ e antes de ‘e’ ou ‘i’ (gue, que, gui, qui)
• Regra Antiga: argúi, apazigúe, averigúe, enxagúe, enxagúemos, obliqúe
• Como Será: argui, apazigue,averigue, enxague, ensaguemos, oblique
• Nova Regra: Não se acentua mais ‘i’ e ‘u’ tônicos em paroxítonas quando precedidos de ditongo
• Regra Antiga: baiúca, boiúna, cheiínho, saiínha, feiúra, feiúme
• Como Será: baiuca, boiuna, cheiinho, saiinha, feiura, feiume
Hífen
• Nova Regra: O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por ‘r’ ou ‘s’, sendo que essas devem ser dobradas
• Regra Antiga: ante-sala, ante-sacristia, auto-retrato, anti-social, anti-rugas, arqui-romântico, arqui-rivalidae, auto-regulamentação, auto-sugestão, contra-senso, contra-regra, contra-senha, extra-regimento, extra-sístole, extra-seco, infra-som, ultra-sonografia, semi-real, semi-sintético, supra-renal, supra-sensível
• Como Será: antessala, antessacristia, autorretrato, antissocial, antirrugas, arquirromântico, arquirrivalidade, autorregulamentação, contrassenha, extrarregimento, extrassístole, extrasseco, infrassom, inrarrenal, ultrarromântico, ultrassonografia, suprarrenal, suprassensível
Observação:
• em prefixos terminados por ‘r’, permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada pela mesma letra: hiper-realista, hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional, super-realista, super-resistente etc.
• Nova Regra: O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por outra vogal
• Regra Antiga: auto-afirmação, auto-ajuda, auto-aprendizagem, auto-escola, auto-estrada, auto-instrução, contra-exemplo, contra-indicação, contra-ordem, extra-escolar, extra-oficial, infra-estrutura, intra-ocular, intra-uterino, neo-expressionista, neo-imperialista, semi-aberto, semi-árido, semi-automático, semi-embriagado, semi-obscuridade, supra-ocular, ultra-elevado
• Como Será: autoafirmação, autoajuda, autoaprendizagem, autoescola, autoestrada, autoinstrução, contraexemplo, contraindicação, contraordem, extraescolar, extraoficial, infraestrutura, intraocular, intrauterino, neoexpressionista, neoimperialista, semiaberto, semiautomático, semiárido, semiembriagado, semiobscuridade, supraocular, ultraelevado.
Observações:
• esta nova regra vai uniformizar algumas exceções já existentes antes: antiaéreo, antiamericano, socioeconômico etc.
• esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por ‘h’: anti-herói, anti-higiênico, extra-humano, semi-herbáceo etc.
• Nova Regra: Agora utiliza-se hífen quando a palavra é formada por um prefixo (ou falso prefixo) terminado em vogal + palavra iniciada pela mesma vogal.
• Regra Antiga: antiibérico, antiinflamatório, antiinflacionário, antiimperialista, arquiinimigo, arquiirmandade, microondas, microônibus, microorgânico
• Como Será: anti-ibérico, anti-inflamatório, anti-inflacionário, anti-imperialista, arqui-inimigo, arqui-irmandade, micro-ondas, micro-ônibus, micro-orgânico
Observações:
• esta regra foi alterada por conta da regra anterior: prefixo termina com vogal + palavra inicia com vogal diferente = não tem hífen; prefixo termina com vogal + palavra inicia com mesma vogal = com hífen
• uma exceção é o prefixo ‘co’. Mesmo se a outra palavra inicia-se com a vogal ‘o’, NÃO utliza-se hífen.
• Nova Regra: Não usamos mais hífen em compostos que, pelo uso, perdeu-se a noção de composição
• Regra Antiga: manda-chuva, pára-quedas, pára-quedista, pára-lama, pára-brisa, pára-choque, pára-vento
• Como Será: mandachuva, paraquedas, paraquedista, paralama, parabrisa, parachoque, paravento
Observação:
• o uso do hífen permanece em palavras compostas que não contêm elemento de ligação e constiui unidade sintagmática e semântica, mantendo o acento próprio, bem como naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas: ano-luz, azul-escuro, médico-cirurgião, conta-gotas, guarda-chuva, segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor, erva-doce, mal-me-quer, bem-te-vi etc.
O uso do hífen permanece
• Em palavras formadas por prefixos ‘ex’, ‘vice’, ‘soto’: ex-marido, vice-presidente, soto-mestre
• Em palavras formadas por prefixos ‘circum’ e ‘pan’ + palavras iniciadas em vogal, M ou N: pan-americano, circum-navegação
• Em palavras formadas com prefixos ‘pré’, ‘pró’ e ‘pós’ + palavras que tem significado próprio: pré-natal, pró-desarmamento, pós-graduação
• Em palavras formadas pelas palavras ‘além’, ‘aquém’, ‘recém’, ‘sem’: além-mar, além-fronteiras, aquém-oceano, recém-nascidos, recém-casados, sem-número, sem-teto
Não existe mais hífen
• Em locuções de qualquer tipo (substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais): cão de guarda, fim de semana, café com leite, pão de mel, sala de jantar, cartão de visita, cor de vinho, à vontade, abaixo de, acerca de etc.
• Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao-deus-dará, à queima-roupa.
Consoantes não pronunciadas
Fora do Brasil foram eliminadas as consoantes não pronunciadas:
• ação, didático, ótimo, batismo em vez de acção, didáctico, óptimo, baptismo
Grafia Dupla
De forma a contemplar as diferenças fonéticas existentes, aceitam-se duplas grafias em algumas palavras:
• António/Antônio, facto/fato, secção/seção.

domingo, 1 de maio de 2011

As Melhores Crônicas dos alunos da Turma 174

Diego Queiroz
Eu, minha família e uma televisão.

Em uma linda manhã de domingo estávamos indo para a casa dos meus avós almoçar.Chegando lá, nós vimos uma confusão por causa da televisão. Minha prima queria ver novela, minha tia queria ver um filme, meus primos queriam jogar vídeo game, meu primo caçula queria ver Barney e como se não bastasse grita a minha avó dizendo que a novela já havia começado, do outro lado gritam meus tios dizendo que o futebol também começara.
Eu, enrolado na história, não sabia o que fazer. Fui para o terraço e fiquei jogando bola e chutei a bola tão forte que bateu na antena, caindo o sinal da televisão. Pronto, o pessoal quase me matou de tanta raiva, mas o estrago já estava feito. Então,todos passaram o dia inteiro conversando e desligaram a televisão. Foi um dia maravilhoso! Contamos piadas, falamos da novela e do futebol... Mas o que ninguèm sabe é que depois, com outra bolada que eu dei na antena, a televisão voltou a funcionar...


Maycon de Oliveira
Encher a paciência

Um dia eu e meu amigo telefonamos para uma casa, para passar um trote:
- Alô! Posso falar com a Juliana?
- Quem está falando? - respondeu a mãe dela.
- É um colega de trabalho " erdfujr"!
- O quê? Respondeu ela.
- Potoco, mas tia espera, ela está?
- Vou chamá-la.
- Mas... tia espera é que "dhfjuke".
- O quê?
- Potoco!... Tia, calma, espera. Ela está aí?
- Não entendi!
- Potocooo...
Então, a tia chama a Juliana.
- Alô!- respondeu ela.
- Oi Juliana, o trabalho...
- Que trabalho?
- Potoco! Mas espera, o trabalho que você vai...
- Hamm?
- Potoco!
- Hamm?
- Potoco!
- O quê?
- Potoco.
- Potoco? - respondeu ela.
- É sim, beijo, tchau.
(Outro dia vamos perturbar ela novamente...)

Guilherme dos Santos
Pamonhas, uma, duas, várias vergonhas!

Como um doce tão maravilhoso, pode ser vendido tão vulgarmente?! É, Vocês saberão de que doces eu estou falando com o desenrolar da história.
Em pleno sábado de Julho, fazia um frio terrível, que até o sol dormia, pois ainda era nove horas da "madrugada"!
Estava em casa, com minha mãe, dormindo o lindo e maravilhoso sonho dos justos, quando fomos acordados bruscamente por um cidadão que gritava:
-Pamonhas! Pamonhas quentinhas! Pamonhas feitas de puro milho!
Só que além de dar gritos escandalosos, o cidadão tinha a mania de puxar a secreção do nariz, também alto, em horrível som.
Minha mãe, por sua vez, ficou indignada com o porcalhão pois, além da falta de higiene, o transporte não é um dos melhores: uma Brasília amarela, ano 1936, com o cano de descarga arrastando no chão. Não sei o que era pior: o barulho do microfone, do nariz ou do cano de descarga arrastando no chão.
Enfim, o cidadão foi embora com sua lata velha e nos deixou em paz.
No fim do mês, fui a um passeio com as crianças da igreja onde congrego (Magé).
Adivinha quem estava lá quando chegamos?
- Pamonhas!Pamonhas quentinhas e fresquinhas, feitas do puro milho!
É! Até aqui ele me perseguiu.
Essa Brasília vai longe!


Gabriel Lima
Brinquedo não merece castigo.

Sei lá onde meu pai aprendeu uma frase que não é muito popular: " É de pequenino que torce o pepino". Ele dizia essa frase quando queria fazer alguma correção em mim ou em meu irmão, quando montávamos verdadeiros campos de batalha. E por falar em guerra, o meu pai se empenhou durante trinta anos na disciplina militar, rigorosa, justa, valente, na verdade um verdadeiro líder, na verdade um verdadeiro pai. Pai de disciplina, pai que corrige, mas um verdadeiro pai de amor. Certa vez, ele me ensinou que brinquedo não pode ficar de castigo. Um belo dia, depois de uma discussão com meu irmão, surge o mediador entre nós dois e diz:
- "É de pequenino que torce o pepino" e com uma voz de autoridade diz:
- A partir de hoje vocês não são mais pequenos, pequenos são os seus brinquedos.
A partir daquele dia, quem ficava de castigo era nossos brinquedos. Toda vez que arrumávamos encrenca, era penalizada a bola, com um dia de castigo, ninguém podia tocar-lhe, assim se repetia com a bicicleta, com os carrinhos e outros brinquedos mais. Com o passar do tempo, eu e meu irmão chegamos à seguinte conclusão: Brinquedo não pode ficar de castigo. Então, paramos de arrumar confusão e nossos brinquedos nunca mais ficaram de castigo.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Ao coração que sofre, separado
Do teu, no exílio em que a chorar me vejo,
Não basta o afeto simples e sagrado
Com que das desventuras me protejo.

Não me basta saber que sou amado,
Nem só desejo o teu amor: desejo
Ter nos braços teu corpo delicado,
Ter na boca a doçura de teu beijo.
Ao coração que sofre

E as justas ambições que me consomem
Não me envergonham: pois maior baixeza
Não há que a terra pelo céu trocar;

E mais eleva o coração de um homem
Ser de homem sempre e, na maior pureza,
Ficar na terra e humanamente amar.

Olavo Bilac

Inconfesso Desejo

Queria ter coragem
Para falar deste segredo
Queria poder declarar ao mundo
Este amor
Não me falta vontade
Não me falta desejo
Você é minha vontade
Meu maior desejo
Queria poder gritar
Esta loucura saudável
Que é estar em teus braços
Perdido pelos teus beijos
Sentindo-me louco de desejo
Queria recitar versos
Cantar aos quatros ventos
As palavras que brotam
Você é a inspiração
Minha motivação
Queria falar dos sonhos
Dizer os meus secretos desejos
Que é largar tudo
Para viver com você
Este inconfesso desejo

Carlos Drummond de Andrade

NÃO DEIXE O AMOR PASSAR

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e, neste momento,houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente: O Amor.

Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR.

Carlos Drummond de Andrade


"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos,na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável. O sofrimento é opcional".

Carlos Drummond de Andrade

Eu estou com dúvidas

1ª) TEM ou TÊM ou TEEM? VEM ou VÊM ou VEEM ou VÊEM?

Se você costuma ter esse tipo de dúvida ou já perdeu seu tempo com esse problema, observe o esquema abaixo:
1) Grupo do CRÊ-DÊ-LÊ-VÊ:
Os verbos CRER, DAR, LER e VER são os únicos que na 3ª pessoa do plural terminam em –EEM. Não esqueça que perderam o acento circunflexo, segundo o novo acordo ortográfico:
Ele crê – eles creem;
Ele dê – eles deem (=presente do subjuntivo);
Ele lê – eles leem;
Ele vê – eles veem.
Essa regra também vale para os verbos derivados:
Ele relê – eles releem;
Ele prevê – eles preveem.
2) Dupla TER e VIR:
Na 3ª pessoa do singular, não há acento gráfico; na 3ª pessoa do plural, terminam em –ÊM. Esse acento circunflexo para distinguir o plural do singular foi mantido, segundo o novo acordo ortográfico:
Ele tem – eles têm;
Ele vem – eles vêm.
3) Verbos derivados de TER e VIR: DETER, RETER, MANTER, CONVIR,
PROVIR, INTERVIR…
Na 3ª pessoa do singular, tem acento agudo; na 3ª pessoa do plural, tem acento circunflexo. Isso já era assim antes do acordo ortográfico (os acentos foram mantidos):
Ele detém – eles detêm;
Ele intervém – eles intervêm.
Cuidado!
“É preciso que vocês contem tudo.” (=verbo CONTAR);
“A garrafa contém gasolina.” (=verbo CONTER – 3ª pessoa do singular);
“As garrafas contêm gasolina.” (=verbo CONTER – 3ª pessoa do plural);
Outro perigo:
“…que eles provem…” (=verbo PROVAR, no presente do subjuntivo);
“…ele provém…” (=verbo PROVIR, na 3ª pessoa do singular);
“…eles provêm…” (=verbo PROVIR, na 3ª pessoa do plural);
“…eles proveem…” (=verbo PROVER, na 3ª pessoa do plural);
Para não esquecer:
“Eles vêm “ (=verbo VIR);
“Eles veem” (=verbo VER).

2ª) HINDU ou INDIANO?

Quem nasce na Índia é indiano. Hindu é o seguidor do Hinduísmo. Não devemos confundir nacionalidade com religião. Confusão semelhante ocorre com JUDEU e ISRAELENSE. Quem nasce em Israel é israelense. Judeu é relativo ao povo, à raça, e não à nacionalidade.

3ª) GUARDA-CHUVAS ou GUARDAS-CHUVAS?

Quando o primeiro elemento da palavra composta for verbo, somente o substantivo vai para o plural: guarda-chuvas, salva-vidas, porta-bandeiras, arranha-céus, quebra-molas, tira-gostos, beija-flores, bate-bocas…
É importante não confundir guarda-chuva com guarda-civil. Em guarda-civil, guarda é substantivo. Temos um substantivo e um adjetivo (=civil). Nesse caso, os dois vão para o plural: guardas-civis, guardas-noturnos, guardas-florestais…
Quando guarda for verbo (de guardar = proteger), somente o segundo elemento (= substantivo) vai para o plural: guarda-chuvas, guarda-roupas, guarda-louças, guarda-sóis…
No caso de guarda-costas, o problema é que a palavra costas (dorso, parte posterior) só apresenta a forma plural: “Estou com dor nas costas”. Costa, no singular, é a zona litorânea: “É linda a costa brasileira”. Assim sendo, você pode ter um guarda-costas ou vários guarda-costas.
Outra observação importante é lembrar que a forma para, do verbo parar, segundo o novo acordo ortográfico, perdeu o acento agudo: ele para. Como perdeu o acento, mas não deixou de ser verbo, a regra do plural continua valendo: para-raios, para-lamas, para-brisas, para-choques, para-sóis…
Cuidados!
a) Segundo o novo acordo ortográfico, há exceções quanto ao uso do
hífen. Devemos escrever sem hífen: mandachuva, passatempo, girassol, paraquedas, paraquedismo, paraquedista…
b) Não podemos confundir a forma para (do verbo parar), que perdeu o
acento agudo mas não o hífen (fora as exceções): para-lama, para-brisa, para-raios (mas paraquedas, paraquedismo, paraquedista) com o prefixo para (= próximo, semelhante), que nunca teve acento gráfico nem hífen: paranormal, paramédicos, paramilitares, parapsicologia, paraolimpíadas…

Se agora não tem mais dúvidas então vocês têm dividas.